Qualidade na educação infantil – Como avaliar?

Você já parou para pensar sobre a qualidade da educação fornecida aos seus filhos na escola? Sim, existem diversas formas de avaliação e exames nacionais  que fazem esse trabalho por nós nas séries mais avançadas, assim como ensino médio e mesmo nas faculdades. Mas como fica a educação infantil nessa história?

O MEC disponibiliza um manual com os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil ( http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/indic_qualit_educ_infantil.pdf ), que pode e deve ser usado nas escolas e creches para uma autoavaliação. Mas como isso funciona na prática?

 

Conheça os indicadores:

1 – Planejamento institucional

Falando resumidamente, trata-se de um planejamento diagnóstico de possíveis situações ou problemas, com propostas de soluções que visam melhorar o funcionamento e a qualidade da educação de forma geral. A partir do estudo, pode-se estabelecer objetivos específicos, demandas e prazos. Não existe escola perfeita, dê preferência às boas, que pretendem melhorar ainda mais!

 

2 – Multiplicidade de experiências e linguagens

As crianças chegam ao mundo sem bagagem e, no contexto atual do Brasil e do mundo, quanto mais experiências e aprendizados sobre formas diferentes de comunicação elas tiverem, mais chances têm de se tornar adultos funcionais, produtivos e felizes. O mundo mudou, assim como a forma de educar. A variedade de experiências e linguagens é essencial para que os pequenos tenham cada vez mais e melhores oportunidades no presente e no futuro.

 

3 – Interações

Crianças precisam de interação. Sim, isso é um fato! Precisam de liberdade para questionar e compreender fatores que elas ainda não entendem. Precisam de afeto, cuidado e respeito aos seus próprios limites. Mas como a escola do seu filho ou filha trabalha essa abordagem?

 

4 – Promoção da saúde

O mundo está cheio de tentações e as crianças são, literalmente, público-alvo da maioria delas. Produtos industrializados, a troca de uma brincadeira pelo computador ou celular... Infelizmente não é possível blindá-las contra isso, mas não significa que não podemos fazer nada. A promoção da saúde e dos hábitos saudáveis na vida escolar dos pequenos é essencial para um crescimento saudável. Conscientização, conhecimento dos alimentos que fazem bem ao corpo e o incentivo aos hábitos saudáveis fazem a diferença dentro e fora da escola.

 

5 – Espaços, materiais e mobiliários

Estrutura também é um ponto considerável. O que a escola do seu filho ou filha oferece a ele? É importante que os pais possam matricular seus filhos em escolas que ofereçam uma estrutura adequada, assim como materiais facilitadores para o processo de aprendizado e espaços que, de fato, sejam ambientes confortáveis e atrativos para as crianças.

 

6 – Formação e condição de trabalho dos professores e demais profissionais

Pessoas que sabem o que estão fazendo e são valorizadas por isso. É disso que uma escola precisa!

 

7 – Cooperação e troca com as famílias e participação na rede de proteção social

A relação família-escola é um dos principais pilares de uma educação de qualidade. A participação dos pais e/ou responsáveis na educação dos seus filhos é primordial para facilitar a adaptação das crianças, assim como a transparência da escola e proteção dos pequenos. É direito deles e nosso dever!

 

Como funciona a autoavaliação escolar?

Destaca-se a importância de o processo não ficar concentrado apenas na gestão escolar. Quanto mais gente, melhor! Considerando o benefício para os pequenos, é importante que estejam envolvidos membros de todas as camadas da escola, assim como a família.

Utilizando o material fornecido pelo MEC, formamos sete grupos de profissionais de todas as áreas da escola, assim como os pais, de forma aleatória. O intuito é promover a pluralidade das respostas, assim como a consideração de diferentes pontos de vista dentro de um mesmo grupo.

 

Após os participantes lerem o texto introdutório do documento de os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil ( http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/indic_qualit_educ_infantil.pdf ), cada grupo é selecionado para falar sobre um indicador específico, destacando pontos positivos e negativos.

É válido salientar que o processo só funciona, se acontecer de forma democrática. Por isso, é essencial que todas as pessoas envolvidas possam ser escutadas e ter a liberdade de propor possíveis soluções ou até mesmo manifestar uma discordância das demais opiniões.

 

Após as avaliações serem devidamente documentadas e detalhadas entre pontos positivos, negativos, possíveis melhorias e soluções, os grupos podem conversar entre si e contribuir para uma construção avaliativa que beneficie todas as crianças.

 

O objetivo da autoavaliação não é só avaliar a qualidade da educação ou da escola. A proposta também trata do envolvimento e dedicação dos participantes, do interesse sobre a educação das crianças, que deve ser o ponto em comum entre todos os participantes, sejam eles pais, sejam eles profissionais da escola. O comprometimento com a educação infantil é o resultado mais favorável possível para se conquistar em um processo como este.